segunda-feira, 20 de agosto de 2007


Josef Koudelka

Guardo-te no bolso

dobro em quatro este papel

com as palavras que me saltam da pele

as notas dos dedos de um pianista

guardo-te no bolso

posso mesmo dizer

que tenho um coração no bolso

e um buraco no coração

3 comentários:

Maria disse...

Gosto do poema.
Pena é teres um buraco no coração....

blue disse...

e dos buracos crescem palavras.

Dizeres de Andarilho disse...

Tira do bolso a palpitação do coração, transforma-o numa casa, lembra-te que ele faz parte do teu corpo, e que sempre foram um todo, e mesmo agora que o tempo parece não ter tempo, fecha os olhos, sorri porque es livre, e faz chegar ao fim essa viagem que te provoca um buraco no coração e um vazio na alma...