terça-feira, 17 de junho de 2008

Godot





O poema começava com os lábios fechados
e a língua cosida ao coração
este ainda batia ao compasso das promessas por cumprir
a noite deitava-se ao lado do corpo insone
os dias acorrentavam-se ás horas das perturbadas penumbras
quando o sonho saía com o seu cão para o xixi matinal
Depois calçou os sapatos da memória
e esperou que uma dor o despertasse para a permanecia entre os vivos
e que do absoluto naufrágio
muito haveria ainda a perder
que não fosse só a pele e os ossos
do seu nome fictício.

1 comentário:

Eme disse...

Leio-te em assombro.
Podias bem ser o próximo Pablo Neruda.
Inconfundível.

Beijo