
Pudemos colocar a fé onde nos é permitido
ou seja a meio do caminho onde só passam as crianças
e os trespassados
e os desalojados
e os desprezados
e os que por abrigo escolheram o céu nocturno
para abrir os olhos da tempestade que é estar nu
e se transformaram em gente imensamente rica
porque puderam fechar os buracos negros da memória
transformar os erros em clarividentes metáforas
a sujidade em branco amanhecer
e esquecer…
a minha direcção é entre esse vento norte
e a verdade que tudo magnetiza
medusas estelares
cidades costeiras precipitas pelo grito oceânico
constelações iluminadas na intensidade
dos teus olhos boreais
os passos em volta do meu nome
levantado entre império nenhum e as mãos abertas
sobre as nossas frágeis vidas
atiro-me contra as paredes futuras de nossa Casa
sonho um coração felpudo feito de espuma estrutural
e asas de borboletas azuis
escrevo o canto do pássaro matinal cheio de folhas
e a ternura desmedida do meu cão
e sobretudo
o meus sangue sentido no afecto das tuas mãos de vidro crepuscular
e não preciso de metáforas
para escrever o que é centro no poema
onde suavemente irrompe o que sempre será
a boca encontrada no silencio da busca
um lugar onde se podem queimar os erros do passado
um ballet de intangíveis luzes para pernoitar no abandono do corpo
dias e noites demasiadas
numa única palavra
que não precisa de ser dita de tão evidente.
ou seja a meio do caminho onde só passam as crianças
e os trespassados
e os desalojados
e os desprezados
e os que por abrigo escolheram o céu nocturno
para abrir os olhos da tempestade que é estar nu
e se transformaram em gente imensamente rica
porque puderam fechar os buracos negros da memória
transformar os erros em clarividentes metáforas
a sujidade em branco amanhecer
e esquecer…
a minha direcção é entre esse vento norte
e a verdade que tudo magnetiza
medusas estelares
cidades costeiras precipitas pelo grito oceânico
constelações iluminadas na intensidade
dos teus olhos boreais
os passos em volta do meu nome
levantado entre império nenhum e as mãos abertas
sobre as nossas frágeis vidas
atiro-me contra as paredes futuras de nossa Casa
sonho um coração felpudo feito de espuma estrutural
e asas de borboletas azuis
escrevo o canto do pássaro matinal cheio de folhas
e a ternura desmedida do meu cão
e sobretudo
o meus sangue sentido no afecto das tuas mãos de vidro crepuscular
e não preciso de metáforas
para escrever o que é centro no poema
onde suavemente irrompe o que sempre será
a boca encontrada no silencio da busca
um lugar onde se podem queimar os erros do passado
um ballet de intangíveis luzes para pernoitar no abandono do corpo
dias e noites demasiadas
numa única palavra
que não precisa de ser dita de tão evidente.
13 comentários:
Gostei muito do poema.
"Até porque tem muito de poema de intervenção", coisa que não é muito comum, nestes dias.
Um abraço
Sabes que gosto de te ler. Porque a tua escrita é "inquieta".
Gosto da tua "inquietação"...
Beijo
(eu aquietava-me se vivesse aí...)
Mais um poema de estrutura invulgar e conteúdo forte, marcante.
Gostei muito.
"sonho um coração felpudo feito de espuma estrutural
e asas de borboletas azuis"
originalmente...lindo
o que vindo de ti, não é original
um beijo
(passa lá, tem uma coisa para ti)
Percorremos caminhos vazios. Caminhamos em solidão. Tentamos esquecer o Ontem e fugimos do Amanhã.
Que desassossego... Parabéns.
Quando a poesia tem um sinal de sentido obrigatório, um poema assim é "um lugar onde se podem queimar os erros do passado".
Excelente, o poema.
Um abraço.
inquietação e serenidade...gostei muito pela ambivalência dos sentimentos que este pema provocou
entre o vento norte e a verdade
a tua palavra.
um lugar difícil!
Esse caminho do meio
teu tão diferente
tao teu
.
.
.
tão pouco nosso
.
.
bjo grande
Gostei muito!
Bjo.
Caminho de silêncio.
Abraço.
Forte...
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