
Mark Tobey
Estar descalço na noite
tomá-la pelo braço
trabalhá-la
numa visão para o sublime do sonho
por mais que desvie os olhos
a visão acrescenta-se ao iluminar dos objectos
dá-lhes forma e nomes e boca para o seu dizer
o encantamento pleno do sensível
e eu estou entre eles
no meio deles
num espaço/industria de absoluto rigor
estou na fome vertiginosa do pensar
sou uma cabeça poema
um coração
uma laranja com os seus gomos paradoxais
uma orquestra utópica
que interpreta com os olhos da liberdade os seus poemas
instrumentos movimentados pela mão que escolhe o sentido
uma cascata de águas límpidas
um caminho para a palavra
de nós a claridade de um movimento digno
uma paixão arlequim
um trompe d`oeil
um homem desmedido dentro do significar-se
na agudeza do dom
volto sempre a ti
volto da luz que sobrou dos dias
ao que resta da devastação
e a devastação não é não estares
a devastação é não existires.
6 comentários:
uma cascata de águas límpidas
sentir el marmol helado bajo los pies
gracias por tu comentario
bonitos blogs!!
:)
se a devastação te constrói este verbar, regressa-TE sempre. Pedra poema.
Um beijo
Belo poema.
Beijo
voltar ao que não existe só pode ser devastador. Continuo a ler e a gostar muito.
Bem trabalhado!
Gostei.
Cumprimentos
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