quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Luíz



A Srª. Miséria bateu à tua porta
Calçava sapatos vermelhos
E não pronunciava as vogais com correcção
Estendeu-te um livrinho minúsculo de orações
Mas tu sem coração no lugar certo
Não poderias torcer o nariz à noite
Nem dançar essa valsa obliqua
Sem o teu fantasma
Poderias viver mais mil anos
E nunca enlouquecerias
Nem encontrarias o teu lugar
O teu fato estaria sempre amarrotado
E a braguilha sempre aberta

Uma esmolinha?



5 comentários:

Maria disse...

Excelente...........

Manuela Viola disse...

Que bom poder ler estes lindos poemas. Continua. Um abraço

Anónimo disse...

oh carlos, muito bom. gostei muito. bj

Ad astra disse...

:) como sempre...

Ad astra disse...

o que escreveste no meu canto, não é um grande elogio....é um ENORME elogio...por Antero, e por ti!
Obrigada. um terno beijo.