
Bacon
O sonho é onde arde esta cama inexplicável de acordar
uma zona de propagação das cores ácidas
brancas e vulneráveis
neste pequeno jardim
eu nunca quis companhia
por pensar que estava a mais
totalmente calafetado com poemas e outras quinquilharias
mas do peito surgiram as aladas estrelas carmim
que esperava desesperadamente
antes de me despedaçar
nas pálpebras dos meses e dos anos
olho a noite
é tão pequena
que caberia nas mais perenes mãos
eu diria que me deitaria á sua porta
como um animal abismado
e tudo quanto me cega
é tudo o que me deixa ver.
10 comentários:
tudo quanto me cega é tudo o que me deixa ver. claridade incerta. um beijo, carlinhos.
Um poema como um sonho vem quando menos se espera.
Gostei deste seu poema.
Além disso (quanto a mim) condiz com a gravura.
Surrealismo?
Penso que sim.
Embora o surrealismo também tenha muitas formas diferentes.
Um abraço
Os poetas não são obscuros. há que encontrar as chaves para te lêr. n sei se consigo.
As aladas estrelas carmim surgem sem se anunciar. Acho que combinam com os poemas como este e outras quinquilahrias...
Gosto deste teu poema sentido.
Bjo
Um abraço.
Boa Páscoa.
sonho às vezes clareia, outras sombreia-nos no pensamento e afinal é a realidade
è fantástico como soa bem lida em voz alta a tua poesia...
CSD
Identifiquei-me com esse belo poema. Sou da solidãodasmulherespoetas...
Ainda lembrou-me uma canção que diz assim:" Só uma palavra me devora, aquela que meu coração não diz... Só o que me cega, o que me faz infeliz, é o brilho do olhar que não sofrí". (Sueli Costa e Abel Silva).
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