domingo, 17 de fevereiro de 2008

Flutuamos nas Sombras


Barbara kruger

Flutuamos nas sombras
E no sorriso diário que se tolera
O outro feito de sabidas substâncias
Pisca o olho ao desequilíbrio do mundo
Somos gatos selvagens crepusculares
Que não lamentam saber escrever
Somos o sol queimado pelos ninhos
Onde habitam os nossos nomes
Uma flor feita de peixes
Um colarinho de libélulas
Um cometa vivo
como uma devastação de água purificada
Um acidente visível
O rosto e um gato mais
Que adormece as mãos no negócio dos sonhos
Sustentado pela enorme língua sublunar
Um continente perdido
Onde abruptamente nos penetramos
Algures entre a palavra noite
E o deslumbramento do silencio perfeito.

11 comentários:

Anónimo disse...

algures entre a palavra noite e o deslumbramento do silêncio perfeito... perfeito, carlos. um grande beijo.

Dalaila disse...

somos seres,
por isso em nós e nos outros somos algo que ainda não conhecemos totalmente, e nos silêncio da noite nos tacteamos

Eme disse...

E são tanto que não sobra mais nada para o serem.

Ad astra disse...

perfeito e
visível(mente)
deslumbrante...





há algo para ti no meu canto


beijos

CMondim disse...

ma que belo!

Graça Pires disse...

Algures entre a palavra noite não lamentamos saber escrever...
Gostei do poema.

Claudia Sousa Dias disse...

Belíssimo!

E é claro que este não é um mau blog!!!

CSD

ruth ministro disse...

É sempre um prazer ler-te.

Beijo

Manuela Viola disse...

Gosto do silêncio, mais que da noite. Aí eu tento conhecer-me melhor. Lindo o poema. Bjo

Rute Coelho disse...

Foi a primeira vez que li, mas ainda assim é-me impossível discordar dos demais. Há qualquer coisa que nos rasga os sentidos enquanto lemos este poema belíssimo.

Laura Ferreira disse...

gostei...