domingo, 14 de setembro de 2008
As coisas que não Cabem em Palavra Nenhuma
Antony Gormley
As coisas que não cabem em palavra nenhuma
dormem no lado sombrio da colina
onde repousa a mais bela flor
com a sua haste de treva imprescindivel
e olhos maiores do que a salvação
a casa aonde não regressaremos
destaca-se nas copas das mais altas árvores
nos bicos translúcidos dos pássaros celestes
ou seja nos corpos naufragados um no outro
um para dentro do outro
vazados na luz desmesurada que trespassa as bocas
um que mostra o fora do outro
por dentro das nuvens lençóis
sobre as almofadas onde as cabeças sonham
o arder dos mesmos campos
vibrantes tempestades para enfrentar o medo de acordar
porque acordar não é realmente abrir os olhos
porque os olhos só fechados percorrem a viagem da grande significação
estamos tão unidos
neste ecrã de flores aquáticas
nenúfares de colocar o coração
que poderia dizer meu amor
mas tu não me pertences
e eu sou de ti uma breve cintilação
mas eu sei
porque as horas se transformaram em dias
e os dias em anos
eu sei
porque o fim não acabará com a nossa história.
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11 comentários:
Para "as coisas que não cabem em palavra nenhuma" hás-de inventar a palavra...
Um abraço.
Agradou-me com raridade este espaço... como "as coisas que não cabem em palavra nenhuma".
as histórias que se perpetuam
Olá Carlos,
Obrigada, desde já, pela tua visita e comentário.
Gostei muito de descobrir o teu cantinho e de te ler - este poema em particular. Uma parte da minha vida caberia nestas tuas palavras "o fim não acabará com a nossa história"! :-)
Bjs
vibrantes tempestades para enfrentar o medo de acordar...
vibrante poema...
Carlos,
A ti também não te falta. Bj ;)
Passei para agradecer a visita e o comentário mas fiquei um pouco mais pq apreciei o blog, especialmente os poemas.
Quem dera a mim, saber fazer poesia assim!
Muitos muitos parabéns! Voltarei mais vezes.
Guarda no tempo da memoria... gravas na palma da mão!
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bjo grande
bom fim-de-semana
Coido que as contén a emoción e transforma en expresión...
Unha aperta.
:)
há coisas eternas!
Sofia*
O fim é só o princípio.
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